Artistas de países latino-americanos estarão em Salvador participando do II Festival Itinerante de Teatro Latinoamericano Âmbar, que acontece até 08 de março de 2015. O Festival reúne 16 espetáculos teatrais internacionais e brasileiros, performances urbanas, exibição de vídeos e mesas redondas de discussão sobre a cena da produção teatral latino-americana, além de crítica teatral, oficinas formativas e exposição artística. Em sua segunda edição, o FITLÂ é realizado pelo Coletivo Âmbar, uma articulação de grupos, pesquisadores de artes cênicas e artistas independentes, e pela primeira vez aporta no Brasil, contando com o apoio do Fundo de Ajuda para as Artes Cênicas Ibero-Americanas (Iberescena). Participam dessa edição sete países da América Latina: Argentina, Brasil, Costa Rica, Colômbia, Equador, México e Peru. A edição brasileira tem produção assinada pelo Panacéia Delirante em parceria com a Cardim Projetos e Soluções Integradas, além da assistência de produção dos demais integrantes da delegação brasileira do Coletivo Âmbar. A programação do evento conta com 16 obras de teatro (entre internacionais e locais), três performances urbanas, cinco exibições de vídeo, três mesas redondas, intituladas Conversatórios e três bate-papos sobre crítica teatral. Estão abertas as inscrições para seis oficinas gratuitas e o público também poderá conferir as exposições: “Âmbar na Estrada: Cinco Años de Cartografía Escénica por Latinoamerica” de fotografia e “Mãe América”, de artesanato. Para a pesquisadora mexicana Ixchel Castro, “o FITLÂ representa um espaço de intercâmbio artístico e cultural ao mesmo tempo em que permite a interação com artistas locais e o público do país anfitrião”. O México será representado no evento com o espetáculo “Trocitos de Papel”, do Grupo Merequetengue Arte Viva e com a participação de duas atrizes no espetáculo Fronteiras, além da oficina "Teatro, expresión y compromiso", que compartilhará como os criadores daquele país exploram uma postura ética no questionamento da realidade e gerando novas poéticas e políticas. “Esperamos poder dialogar com a diversidade das formas de criação em nosso continente, além de nos retroalimentarmos com o trabalho das demais delegações, nesta grande festa das artes cênicas” acrescenta. Para a coordenadora de comunicação do FITLÂ e membro do grupo baiano Panacéia Delirante, Milena Flick, o público poderá esperar por um encontro onde a troca de experiências e criação é o principal objetivo. Nascido na Costa Rica em 2013, sob a direção de produção da peruana Daniela Chávez Palomino, o festival se afirma como um espaço para discutir caminhos contemporâneos de produção e criações autorais dos grupos da América Latina.
Espetáculos – O público baiano poderá assistir aos espetáculos Trocitos de Papel (México), El Colibrí: travessia em Mi Maior (Argentina), Malanoche (Porto Rico), Diego (Costa Rica), Vida de Miel (Porto Rico), o show de variedades Cabaré Âmbar, as intervenções urbanas O Discurso e Gregória Sin Actos (Costa Rica) e o espetáculo de encerramento Fronteiras, trabalho realizado em coprodução internacional entre o Colectivo Âmbar e o Teatro Malayerba (Equador). Das produções baianas escolhidas pela curadoria dos diretores teatrais Fernanda Paquelet e João Lima, destacam-se a intervenção urbana Butô de Bêbado não tem Dono, do Alvenaria de Teatro (Salvador), o estudo Ofélia Blue – Aprendendo a Nadar, de Raiça Bomfim (Salvador), Nhô Guimarães, do Núcleo Criaturas Cênicas, O Vento da Cruviana do grupo de teatro Finos Trapos e Cirque por Julieta, do Núcleo Viansatã. Já os espetáculos Exu, A Boca do Universo, do Núcleo Afrobrasileiro de Teatro de Alagoinhas, O Nariz do Poeta, do Grupo ViaPalco, O que de você ficou em mim, de A Outra Cia de Teatro e Lua Cheia, do Panaceia Delirante (Salvador) irão compor a programação como convidados especiais.
Além dos espetáculos e performances, o festival oferecerá gratuitamente as oficinas: Corpo e voz: procedimentos para uma criação polissêmica e autoral (ministrada por artistas criadores da Argentina e Brasil), Da Plástica ao Corpo – criação cênica a partir das linguagens visuais (pela atriz Noélia Cruz, da Costa Rica), O Corpo como Imagem em Movimento (exclusiva para pesquisadores do Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da UFBA e alunos da graduação em Artes Cênicas: sob a orientação do peruano Sandro La Torre, as inscrições serão feitas na própria ETUFBA, no dia 02 de fevereiro, turno matutino). Já as atividades Teatro/ Movimento - Verbos em Partituras Físicas (conduzida pelo ator Kadu Fragoso), Teatro Inicial a traves de juegos, expresiones y textuales (Equador) e Oficina de Teatro, Expressão e Compromisso são destinadas a artistas dos bairros de Plataforma e Nordeste de Amaralina. Até o dia 26 de fevereiro, é possível se inscrever por formulário online solicitado através do email oficinas.fitla@gmail.com.
O FITLÂ também abre espaço para momentos de reflexões sobre o fazer teatral e os modos de produção. Os chamados Conversatórios serão mesas redondas nas quais temas de interesse da classe artística e pesquisadores serão debatidos. Com o tema Artista empreendedor - Compromisso, Administração e Investimento, estarão em diálogo gestora cultural Márcia Cardim, o diretor teatral e gestor público Fernando Guerreiro e o diretor, ator e produtor cultural Luiz Antônio Sena Jr (A Outra Cia de Teatro), no dia 27 de fevereiro. No dia 4 de março, a conversa será em torno do Teatro Latino Americano: Formação e Gestão de Redes, reunindo o diretor teatral Luis Alberto Alonso (Ponte dos Ventos e Oco Teatro Laboratório), o diretor teatral e dramaturgo Gordo Neto (Redemoinho e Vila Vox), o mobilizador cultural Raimilton Carvalho (Movimento Popular Cultural do Subúrbio) e Daniela Chavez Palomino, representante do Coletivo Âmbar. Encerrando os encontros, no dia 7 de março, dia do terceiro Conversatório, debaterão a professora da Escola de Teatro da UFBA, Hebe Alves, a pesquisadora Elia Arce, da Costa Rica pensando sobre Criadores Cênicos no Século XXI: Linguagens polissêmicas e multiplicação de saberes e Moncho Rodrigez (FAFE, Portugal). Todas as mesas redondas acontecerão a partir das 14h, no Espaço Cultural da Barroquinha.
Sobre o Coletivo Âmbar - O Coletivo Âmbar nasce em 2010, partindo da necessidade de diversos criadores cênicos de distintas nacionalidades de compartilhar experiências em formação teatral, através do intercâmbio cultural. A partir de então, realizou projetos com importantes agrupações do teatro latino-americano como Teatro Yuyachkani (Perú), Teatro Malayerba (Ecuador) e Teatro de los Andes (Bolivia) nos dois primeiros anos. De acordo com Daniela Chavez, co-fundadora da rede internacional, “novas necessidades foram se somando a esta proposta de articulação em rede, assim, a sustentabilidade e a coprodução internacional tiveram lugar no ano 2013, com a primeira edição do Festival de Teatro Latino-americano Âmbar (FITLÂ), em Costa Rica e o Projeto Fronteiras, com a primeira criação cênica no formato de coprodução internacional”. A rede atualmente visa estimular a criação de incentivos estatais e privados a fomento de projetos em artes cênicas em cada país, onde Âmbar esteja presente.
Serviço
Festival Itinerante de Teatro Latino-americano Âmbar (II FITLÂ)
Teatros e espaços culturais de Salvador
De 26 de fevereiro e 08 de março de 2015
Valores: R$10,00 e R$5,00 (reservando o direito a meia-entrada de idosos, crianças, estudantes e professores da rede pública).
Colunista: Yin Yee CarneiroOutras notícias do mesmo colunista |
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