Visitantes e moradores de Salvador tem na próxima semana a última oportunidade para conhecer o personagem icônico de Ziraldo e sua turma na exposição "Pererê do Brasil", que segue até o dia 29 de novembro na Caixa Cultural Salvador. De acordo com a CAIXA, a mostra que reúne as 43 capas restauradas da Revista Pererê, editada pelo O Cruzeiro de 1º de outubro de 1960 a abril de 1964, além de 10 capas da revista "A Turma do Pererê", que circulou entre julho de 1975 a abril de 1976, pela Editora Abril, acumula o segundo maior público proporcional das mostras da Caixa Cultural em 2015. Inaugurada em 30 de setembro, a exposição já atraiu 6503 pessoas, das quais 3121 crianças e 2395 adultos, 205 idosos, 769 adolescentes e treze portadores de necessidades especiais. Grande parte deste sucesso pode ser atribuída ao Programa Gente Arteira, desenvolvido pela CAIXA Cultural, que recebe escolas públicas da cidade para desfrutar das atividades culturais oferecidas no espaço, inclusive relacionadas à mostra. Segundo Celmar Batista, gerente da unidade, mesmo antes da inauguração, as escolas já procuravam fazer o agendamento para as visitas guiadas à exposição.Com projeto inspirado na linguagem dos quadrinhos, a exposição mostra os 55 anos da evolução e desdobramentos do personagem Pererê e sua turma. O acesso ao hall da Galeria dos Arcos foi ambientado como a Mata do Fundão, com imagem da evolução das árvores em lápis, grafite e cor, até chegar à grande imagem que resume a exposição. Sons da mata e um suave perfume de capim limão completam a ambientação, que reúne nas paredes todos os personagens e sua descrição.Presente na noite de inauguração, Ziraldo Alves Pinto se emocionou ao ver todo o seu trabalho reunido. “Esta exposição tem que percorrer o Brasil todo. É um registro histórico”, resumiu o autor. Na mesma sala, uma história completa ocupa toda uma parede e uma vitrine guarda desenhos/prancha, artes finais e revistas de época.Na ‘sala da linha do tempo’, o público pode conferir toda a trajetória deste personagem em diversas mídias, de 1960 até 2015, como TV, teatro, desenhos animados, quadrinhos animados em formato digital, material gráfico de produtos licenciados, publicações de revistas e livros de várias editoras, campanhas publicitárias e cartilhas educativas. Tanto na parede (reproduções) quanto na vitrine (originais) estão expostos álbum de figurinhas, publicações em jornais, dicionário Aurélio Infantil, LP e compacto, cartilhas, selos comemorativos, cartões telefônicos, livros, publicações de diversas editoras (Primor, Salamandra), box comemorativo dos 50 anos (editora Globo) com três álbuns, e o gibi da exposição “Pererê do Brasil’. Em uma das paredes, Ziraldo, ao final da visita guiada com a primeira escola a visitar a mostra, desenhou o Pererê e deixou um simpático recado para o público baiano com “Aquele abraço”, parafraseando Gilberto Gil. No lugar dos catálogos, foram impressas 10 mil gibis no formato comic books, contendo apresentação, ficha técnica da exposição, tiras inéditas, cruzadinhas, caça-palavras, liga-pontos e jogo dos sete erros. Para garantir uma pegada mais contemporânea à mostra, 17 histórias publicadas no Jornal do Brasil nos anos de 1970 foram transformadas em Motion Comics (quadrinhos animados) e são exibidas em um monitor de TV, assim como o documentário “Ziraldo”, de 1976, dirigido por Tarcisio Vidigal, curador da mostra e amigo do autor. A exposição segue até 29 de novembro, de terça-feira a domingo, das 9h às 18 horas, com entrada franca.
Colunista: Yin Yee Carneiro
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