O Brasil registrou, neste ano, a incidência de um novo vírus transmitido pela picada do Aedes aegypti, mesmo vetor da Dengue e do Chikungunya. O Zika vírus, antes restrito à regiões da África, Sudeste Asiático e Oceania, agora é motivo de preocupação para a população e as autoridades brasileiras, principalmente, com a chegada do verão, estação do ano que traz as condições ideais para a reprodução do mosquito. O infectologista e responsável técnico pelo serviço de vacinas do Laboratório Sabin em Salvador, Claudilson Bastos, explica que os sinais das doenças são muito parecidos, o que pode dificultar o diagnóstico. “As doenças podem apresentar lesões na pele, dores musculares e articulares, dor de cabeça, febre alta e fadiga. Mas, apesar das semelhanças, existem diferenças, com relação à intensidade e à gravidade”, pondera. Segundo o especialista, o paciente com Chikungunya pode apresentar dores nas articulações mesmo após meses da infecção inicial. A Dengue, por sua vez, pode evoluir para quadros mais graves caracterizados por hemorragias, inclusive levar à morte, especialmente, em reinfectados e idosos. Já a febre Zika, considerada de menor mortalidade, manifesta-se de forma mais branda, com exceção do quadro cutâneo e de conjuntivite mais frequente. Mas, o infectologista esclarece que todos esses vírus podem desencadear sintomas neurológicos, como síndrome de Guillain-Barré e encefalite. “O Zika, em especial, foi recentemente identificado como agente causador de microcefalia, uma malformação cerebral no feto, o que representa risco adicional às gestantes”, pontua. A recomendação do médico é que as grávidas tomem medidas protetoras, como uso de mosquiteiros, roupas longas e repelentes. Até o momento, não há vacina aprovada no País para nenhuma dessas doenças. A única forma de prevenção é evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti.
Diagnóstico
Uma vez que os sintomas são tão semelhantes, é importante que o paciente procure uma avaliação clínica e a confirmação laboratorial, se possível. O médico definirá o exame mais indicado. Como não há tratamento específico para essas doenças, o diagnóstico precoce será fundamental para iniciar a medicação sintomática, que são os analgésicos e antitérmicos, além da recomendação de repouso e hidratação. Durante a fase inicial de infecções por Dengue, Chikungunya ou Zika, as análises laboratoriais podem ser realizadas pela metodologia de biologia molecular PCR, que identifica os vírus na corrente sanguínea entre o primeiro e o sétimo dia dos sintomas. A técnica detecta Dengue e Chikungunya em um único exame. Para Dengue, especialmente, já existe o teste rápido por sorologia que analisa o antígeno NS1, uma glicoproteína presente no sangue, ainda na fase aguda da doença. Outros exames tradicionais de sorologia podem identificar, após o quinto dia de sintomas até o período de recuperação, os anticorpos IgM e IgG para Chikungunya ou para Dengue.
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