A mais respeitada liderança indígena do Brasil vem à cidade, convidado pelo Cine Kurumin, projeto que chega ao quinto ano com inédita edição na capital baiana, de 04 a 06 de março, além das tradicionais mostras nas aldeias Kiriri e Tumbalalá. A 5ª edição do Cine Kurumin chega pela primeira vez a Salvador, de 04 a 06 de março no Palacete das Artes, abrindo o calendário audiovisual de 2016 na Bahia com 32 produções de temática indígena, entre curtas, médias e longa-metragens – a maior parte inédita no circuito comercial. Além de realizar as tradicionais exibições nas aldeias Kiriri e Tumbalalá, com a presença de cineastas indígenas, esta edição traz à cidade o grande xamã e porta-voz dos Yanomami, Davi Kopenawa, que faz a conferência de abertura. Ele lançou recentemente a obra A queda do céu (Companhia das Letras), em parceria com o etnólogo Bruce Albert, que foi celebrada pelos principais intelectuais do país. Haverá uma sessão de fotos com o autor após a conferência e venda local do livro. Curadoria – “Neste quinto ano da mostra, ela dá novos passos e chega à cidade, onde queremos povoar o mundo não-indígena com o olhar, os sons e imaginários da floresta, acreditando que olhar para o mundo do outro é uma forma de olhar para o nosso mundo”, afirma a curadora do projeto e antropóloga, Thaís Brito. Além de ser uma janela para as produções indígenas, segundo ela, as rodas de conversas do Cine Kurumin com os realizadores e líderes são uma abertura para o pensamento ameríndio. Treze convidados compõem a programação de debates em Salvador e nas aldeias, num encontro único no Brasil e em Salvador de cineastas indígenas e não-indígenas. Entre eles estão: Vincent Carelli, Ariel Ortega, Isael Macaxali, Patri Ferreira, Takumã Kuikuro e Zezinho Yube. O tema da mostra na capital baiana é Já me transformei em imagem – título do filme da etnia Huni Kuin, no Acre, que abre a programação do Cine Kurumin em Salvador, às 15 horas, no dia 04 de março. O filme é de Zezinho Yube e representou o Brasil no Berlim International Film Festival, o Berlinale, um dos festivais de cinema mais importantes do mundo, no ano passado.
Programação – Com apoio financeiro do Governo do Estado, através do Fundo de Cultura, Secretaria da Fazenda e Secretaria de Cultura da Bahia, o projeto realizará três mostras, sendo duas a céu aberto nas aldeias Tumbalalá, em Abaré, de 26 a 28 deste mês, e Kiriri, em Banzaê, de 01 a 03 de abril. A programação nas aldeias também está recheada de convidados e bate-papos, além das sessões diárias. Em Tumbalalá, onde ocorre a primeira mostra do projeto neste
ano, um dos principais debates é sobre o Cinema Indígena no Nordeste, com a participação de Jaborandy Tupinambá, Sirleia Kiriri, Fábio Titiá Pataxó Hãhãhãe, Élvis Ferreira Fulni-ô e Gabriel Tumbalalá. “Nesses anos de projeto, uma das principais ideias do projeto foi a de formar público para o cinema indígena a partir da própria referência, ampliando a rede de distribuição desses conteúdos”, diz a curadora. O nome do projeto, Cine Kurumin, é, inclusive, inspirado nas crianças, que sempre encheram as sessões nas aldeias. Nas duas comunidades haverá transmissão ao vivo por rádio livre. Conexão Londres – A mostra no Palacete das Artes terá produções inéditas em Salvador e no Brasil. ETE Londres - Londres como uma aldeia, de Takumã Kuikuru, foi exibido apenas no Parque Indígena do Xingu, e terá sessão em Londres, no fim de fevereiro. A obra compõe a programação do sábado (05/03), que terá ainda o filme No caminho como Mário, vencedor do prêmio de Melhor Curta no Cachoeira Doc 2015, e é inédito em Salvador. O documentário trata dos desafios da realidade Mbya-Guarani no Rio Grande Sul. Ainda no sábado também se destacam trabalhos de cineastas não-indígenas, lançados em 2015. O Retorno da Terra, de Daniela Alarcon, e Retomada, de Leon Sampaio, expõem de formas distintas os conflitos vividos pelos Tupinambás na Bahia. Já o documentário Índios no Poder, de Rodrigo Siqueira, aborda, a partir da vida de Mário Juruna, os ataques aos direitos constitucionais dos indígenas. No domingo, 06 de março, a programação tem filmes lúdicos que mostram o universo da brincadeira, das lendas e das tradições indígenas. Um exemplo é o inédito Cordilheira de Amora II, vencedor do Prêmio Melhor Curta no Festival É Tudo Verdade 2015, de Jamile Fortunato. O curta passeia pelo mundo encantado da indiazinha Guarani Kaiowá de 8 anos, que vive na aldeia Amambai, no Mato Grosso do Sul. Encerram a programação as obras yanomamis Curadores da Terra Floresta, de Morzaniel Iramari, e Casa dos espíritos, de Iramari e Dário Kopenawa, que estará presente em Salvador. A programação completa dos filmes, conferência, rituais e rodas de conversas está no site: cinekurumin.wordpress.com
5º Cine Kurumin - Mostra de Cinema Indígena
Aldeia Tumbalalá
Abaré | 26 a 28 de fevereiro de 2016
Abertura 17h
Salvador - Palacete das Artes
Salvador | 04 a 06 de março de 2016
Local: Palacete das Artes - Rodin Bahia. Rua da Graça, 289 - Graça
Abertura 15h
Conferência | 17h | “Vocês brancos só conseguem sonhar consigo mesmo” com Davi
Kopenawa Yanomami
Aldeia Kiriri
Banzaê | 01 a 03 de abril de 2016
Abertura 19h
Realização: Espalha Semente
Apoio financeiro: Secretaria de Cultura / Secretaria da Fazenda / Governo da Bahia
Site: cinekurumin.wordpress.com
Funpage: https://www.facebook.com/cine.kurumin
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