Exposição com 40 telas originais relembra o artista, Cesar Romero, que foi um dos criadores da Brasilidade Moderna. |
A Caixa Cultural Rio de Janeiro apresenta a exposição Ex-Voto, Alma e Raiz, de 30 de abril a 26 de junho de 2016. A mostra é uma homenagem do artista plástico baiano César Romero ao pintor sergipano Antonio Maia (1928-2008), que foi seu amigo. A montagem é composta por 40 telas do artista produzidas nos últimos 30 anos, além de livros, catálogos, cartas, postais, origamis e ex-votos originais de Maia pertencentes ao curador. A exposição tem entrada gratuita, patrocínio da Caixa e do Governo Federal. O curador da exposição ressalta a importância da mostra no cenário nacional: “Esta exposição passou pela Bahia, agora Rio e São Paulo, para que a obra de Maia seja revista e possa prevalecer como merece. Pintor e desenhista, Antonio Maia foi um dos criadores da Brasilidade Moderna e um artista fundamental para a arte Brasileira. A originalidade de seu trabalho era singular. Sua preocupação era deixar uma obra que representasse sua região e o Brasil. Cumpriu sua missão de forma magistral.” A montagem da exposição consta de elementos do universo de Antonio Maia, dispostos pelas paredes, seus signos e figuras de linguagem popular. O expectador também tomará conhecimento da luminosa palheta do artista. Suas cores são personalíssimas e certamente o localizam como um pintor de origem nordestina. Antonio Maia foi um dos artistas criadores da Brasilidade Moderna, tendo como preocupação deixar uma obra que representasse sua região e seu país. Essa é a segunda vez que o curador homenageia um amigo já falecido. Na 3ª Bienal da Bahia, no Museu de Arte Sacra, César Romero relembrou Harry Laus (1922-1992), crítico de arte catarinense que, entre as décadas de 60 e 80, era o crítico mais importante do Brasil. Romero conviveu com os dois por décadas, eram amigos, e trocaram entre si vasta correspondência e informações sobre arte.
O homenageado
Antonio Maia nasceu em Carmópolis, Sergipe, em 1928. Aos 17 anos transferiu-se para a Bahia para servir como soldado da Aeronáutica, onde viveu por três anos. Teve exposições importantes no Brasil e sua preocupação era deixar uma obra que representasse sua região e seu país. A crítica de arte o aclamava, ele se tornou um artista de grande prestígio, popularidade e mercado. Em 1964 pinta seu primeiro quadro baseado na figura do ex-voto nordestino. Maia transforma os Ex-votos em signo. Sempre fiel ao seu tema, Maia os tratou de maneira diferente em todo seu percurso. Seus ex-votos tinham precisão, imagens nítidas, exatas, planos de cor definidos, composição bem pensada, cortes inusitados. Seus quadros estabeleciam uma relação direta com o público, empatia do místico e do real. Sempre estava atento aos grandes movimentos da arte, mas nunca perdeu sua identidade. De Carmópolis para o Rio de Janeiro, conquistou, com sua arte, o certificado de Isenção de Júri no Salão Nacional de Arte Moderna do Rio de Janeiro (1966), o mais importante e qualificado evento de arte na época. Ano seguinte, foi contemplado com o Prêmio Lar Brasileiro, na IX Bienal de São Paulo, quando expuseram 366 artistas brasileiros juntamente com ele e a Bienal experimentou os primeiros problemas com a censura da ditadura militar. Em 1967, assinou a coluna de artes plásticas do Jornal do Brasil. Em 1968 conquistou o Prêmio de Viagem no País, no Salão Nacional de Arte Moderna, o Prêmio Fundepar, no Salão Paranaense em Curitiba (PR) e Prêmio de Melhor Expositor no Ano, promoção da Standard Elétrica e Galeria do Instituto Brasil - Estados Unidos, que lhe proporcionou viajar para os Estados Unidos e realizar uma exposição individual na Art Gallery of Brazilian American Cultural Institute em Washington D.C. Em 1969, conquistou o maior prêmio brasileiro - Viagem ao Estrangeiro, no Salão Nacional de Arte Moderna. Foi também capa do importantíssimo Dicionário das Artes Plásticas no Brasil (1969), com a pintura os Lamentadores da Morte, de autoria do crítico de arte Roberto Pontual. Antonio Maia Faleceu em 2008 no Rio de Janeiro.
Sobre o curador
Nascido em Feira de Santana, Bahia, autodidata, César Romero iniciou-se em artes plásticas em 1967. Como crítico de arte, é filiado à Associação Brasileira de Críticos de Arte e à Associação Internacional de Críticos e arte, ONG sediada em Paris, atuando com o reconhecimento da UNESCO. Pertence ao conselho deliberativo da Associação Profissional de Artistas Plásticos de São Paulo (APAP-SP).César participou de mais de 400 coletivas e 39 individuais. No exterior, teve 50 coletivas e nove individuais. Obteve 38 prêmios de pintura, quatro de fotografia, três Salas Especiais. Possui trabalhos em 46 museus brasileiros. Há inúmeras referências nacionais e internacionais sobre seus trabalhos em livros, dicionários, revistas, e jornais. Sua fortuna crítica consta de 115 textos de especialistas em arte, brasileiros e estrangeiros.
Colunista: Yin Yee CarneiroOutras notícias do mesmo colunista |
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