Médico Guilhardo Fontes Ribeiro, coordenador do Serviço de Pneumologia do Hospital Santa Izabel e diretor acadêmico da Associação Baiana de Medicina. (Crédito: Divulgação) |
Este ano o Dia Mundial sem Tabaco, hoje, dia 31 de maio, tem como missão lutar pela aprovação de uma embalagem padronizada para todas as marcas de cigarros, que seja adotada mundialmente, e que tenha como principal objetivo não ser atrativa, sobretudo para o público jovem. “A campanha que está sendo empreendida pela Organização Mundial de Saúde - OMS pretende que as novas embalagens não destaquem as marcas dos fabricantes, não tenham cor, mostrem exclusivamente os malefícios do cigarro e sejam iguais em todos os países”, explica o médico Guilhardo Fontes Ribeiro, coordenador do Serviço de Pneumologia do Hospital Santa Izabel e diretor acadêmico da Associação Baiana de Medicina. O médico pontua uma série de exemplos em que a indústria do cigarro consegue se reinventar e assim se reintroduzir na vida das pessoas. “Há os cigarros com sabor, os que prometem ser diet ou light, os cigarros eletrônicos e o narguilé, estes últimos usados largamente e livremente por jovens em festas, em bares, sem qualquer controle”. Para o pneumologista não existe cigarro diet ou light e todos esses produtos são prejudiciais na mesma proporção dos cigarros comuns, com o agravante de que a fiscalização sobre eles é quase inexistente e a maioria chega ao Brasil através do contrabando, o que favorece a introdução de substâncias ainda mais tóxicas e viciantes. O Brasil registra anualmente 200 mil mortes relacionadas ao fumo, mas apesar disso, o País tem uma longa tradição na produção e na venda de cigarros. É o maior produtor e o maior exportador de cigarros do mundo. No mundo há ainda o alarmante dado de 6 milhões de mortes por ano provocadas ou relacionadas ao fumo, sendo que 10% delas são os chamados fumantes passivos. “O fumo já é relacionado a 50 tipos de enfermidades e seus malefícios extrapolam os próprios fumantes provocando alterações genéticas que podem atingir até os seus netos - caso das mulheres que fumam durante a gravidez -, mesmo que suas filhas não sejam fumantes”, enfatiza Guilhardo Ribeiro. Segundo o médico, apesar dos alertas, ainda hoje 20% das grávidas do mundo fumam durante a gravidez. Melhor do que parar de fumar é mesmo nem começar a fumar, reforça o especialista. “Devemos enfatizar para as novas gerações, as inúmeras vantagens em não fumar, os benefícios, a melhoria na expectativa de vida e o retardo no envelhecimento. Quem deixa o cigarro melhora o hálito, o paladar, o aspecto da pele, o desempenho sexual e evita um grande número de doenças e tumores malignos, principalmente do pulmão, além de se tornar uma referência positiva para amigos e familiares, incentivando e motivando outras pessoas”, garante.
Colunista: Yin Yee CarneiroOutras notícias do mesmo colunista |
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